Ia me tornar um homem, mas não podia.
Não quis ser mais um deles.
Preferi ser criança, mesmo que fosse só nos sonhos.
Porque Deus deu-me a vida, com gestos poderosos, mesmo que ao primeiro olhar parecesse displicente.
Sou o meu próprio inferno, e o meu próprio céu, e só existo neste equilíbrio.
Durante as minhas vidas vivi a ideia.
Sou a ideia sentada em frente a um espelho de ideias.
Num propósito infundado de contemplar o brilho da natureza, estendo-me sobre uma paisagem celestial.
Uma calmaria sem fim.
Nunca temi a morte e sim o silêncio.
Hoje ele é o meu refúgio.
O barulho que assusta o meu mundo vai-se embora agora,
e a minha existência subsiste.
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